segunda-feira, março 05, 2007

Vento Serrano

Que vento uivoso
Vai varrendo siglas
— as siglas bancárias
E outros enigmas
Que o homem pregou
Por entre florestas

Que vento soprano
Vai espalhando signos
Distribuindo o pólen
De puras palavras
— Enternecimento
Provindo das flores...

Vem vento uivoso!
Vem vento soprano...
Vem vento celeste!....
Vem — vento serrano.

Espírito de Botucatu

A cidade que me dei
Ganha faculdades, semáforos, prédios, arrogância urbana, veemência de políticos, selos de classe
Mas não perde o espírito provinciano que me comove
O futebol vadio de suas vilas
A cachaça ardendo nas goelas suburbanas
As igrejas de paredes namorisqueiras
As festas de inverno com tanta gente tomando sol pelos gramados e moleques galgando pau de sebo.

Popular, feliz humildade!
Que me dei.

E que não perde a viola de botequim choramingando
Nem aquele alto de serra...

Que inventei.