quarta-feira, abril 04, 2007

Sonho de Botucatu

Botucatu de meus gostos singelos.
Botucatu de minhas perplexidades.
E de minhas limitações.
De meus parentes sepultados.
De muito antes de mim: barro apenas —
Amassado nas botas do meu bisavô.
Botucatu enfarado na memória, no sangue.

Botucatu: lugar primeiro de minha poesia.
Meu achado maior ou único
Onde minha casa velha, alta, quintal gostoso, corredor florindo no meu coração.
O alto da serra clareando manhãs!
As seis horas da tarde exalando um vermelho roxo de silhuetas avulsas e a primeira estrela despontando...
Botucatu replay perene:
Eu menino, e o futebol nas várzeas
— Adolescendo... nas ruas ao luar.

II

Botucatu de não se querer jamais outro lugar.
Botucatu: a própria poesia—
Delimitada pela cidade.
Botucatu: sonho multicolorido...

— Quando se amanhece.