quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Espelho trincado

Não há promessas de beijo nem luar,
Vontade apenas
De sair às ruas
Do paraíso
Que, no entanto, nunca existiu.

A necessidade brutal
De um encontro
Raio, esqueleto, verme,
Impacto de fora
Em meu dentro-abóbada

Ali, na esquina.... talvez.
As paredes molhadas
(havia chovido)
Ensinam tanto à luz noturna.
Os olhos molhados
(havia chorado)
Refletem apenas
Quarto vazio, mal de amor, feroz desgosto.

Ali, ali mais adiante
Um bar, sequer vontade de beber
Uma livraria, sequer vontade de lar
E continua... e atravesso a rua
Da infância sinal verde
Jardim róseos de Botucatu
E continuo
Inseto feérico me habita
Feérica – a noite me traspassa!